DIAGNÓSTICO CINÉTICO FUNCIONAL
A atribuição profissional da emissão do
parecer sobre acondição cinesiológica e os conseqüentes impactosfuncionais na
vida do paciente, nasce praticamente de forma simultânea com o reconhecimento
da profissão em 1969, mas certamente fica marcada de forma mais incisiva a
partir da resolução COFFITO 10 de 1978 e em especial na excelente resolução
COFFITO 80 de 1987.A intervenção deve ser retro-alimentada por atitudes
críticas e investigativas a cerca dos resultados produzidos pelas ações das
terapêuticas firmadas. Nesse sentido, o Diagnóstico Cinético Funcional é crucial
para a efetividade da assistência prestada, bem como, para a resolutividade em
Fisioterapia, independentemente da especialidade em foco.Parametrar os níveis
cinesiológicosfuncionais encontrados na avaliação, confrontando-os com os
padrões de normalidade (literatura científica da área) referenciados, irá
permitir que desvios da normalidade sejam encontrados, o que caracteriza
anormalidade, ou seja, definem diagnóstico em Fisioterapia. As reflexões nesse
sentido são necessárias, mas talvez mais importante ainda, é o que hoje a
sociedade exige do profissional fisioterapeuta. Senão de forma explícita e
verbalizadapelo paciente de repúdio ao ranço profissional ultrapassado e
antiquado, acaba ocorrendo através de sinalizações por vezes severas de
mercado. As demandas impostas aos profissionais de saúde hoje envolvem a
cobrança por resolutividade, vide o grande “bum” das técnicas manuais dentro da
Fisioterapia Moderna. O paciente clama pelas “soluções rápidas aos seus
problemas” e a Fisioterapia já de alguns anos vem tendo que adequar-se a essas
exigências. O modelo do profissional que abraça-se ao paciente por sessões e
sessões infindáveis muitas vezes para o resto da vida é a referência da
Fisioterapia que ninguém mais quer, que o paciente não recomenda, não procura
mais e de forma crítica e instigadora, não suporta. A Fisioterapia Moderna
exige que o profissional faça sentido na vida do sujeito que a procura, sendo
que para que isso ocorra, há necessidade de clareza de objetivos terapêuticos,
que são dependentes de um diagnóstico decorrente de uma boa avaliação. A
valorização da função e não dos sintomas, em especial os dolorosos, auxilia da
mesma forma a profissão a fazer sentido na vida das pessoas, pois muda-se o
foco de atenção da dor para a função. Em alguns casos a identificação de
funções comprometidas parece de difícil estabelecimento, no entanto, algumas
relações com outras áreas do conhecimento da própria saúde podem auxiliar como
por exemplo, o conceito de aptidão, mais especificamente aptidão física. Estar
apto ou ter boa aptidão física representa ter funções por vezes específicas e
elaboradas como coordenação, habilidade motora, destreza, resistência,
flexibilidade, potência, entre outras qualidades físico-funcionais para a
especificidade de certas atividades humanas. Numa melhor compreensão da
representação que tem o Diagnóstico do fisioterapeuta, o Diagnóstico ou Parecer
Cinético Funcional, pode-se dimensionar o gigantesco papel que a Fisioterapia
têm dentro da nossa sociedade, nas suas relações e impacto no trabalho, no
esporte, no lazer, na estética corporal, nas AVD´s e AVP´s, enfim, na essência
dos potenciais de vida das pessoas.
Prof. Dr. Willians C. Longen